A Mesa do Senhor está posta

“…isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.” I Coríntios 11:22

Antes do trabalho ou de qualquer outra coisa que demande nosso tempo depois de despertarmos, nós nos alimentamos. Mesmo que, seis a nove horas antes, tenhamos feito uma refeição, voltamos a comer. Saciamos a fome antes de dormir. E fazemos o mesmo depois do nascer do sol e do primeiro bocejo matinal. É científico. Biológico. Humano.

Combustível é uma necessidade perpétua. Sem ele, nosso corpo deixaria de funcionar. Nos dias espirituais em que jejuamos e não damos alimento ao corpo, provamos o que a fome faz conosco. A mente se contorce. As emoções oscilam e, caso se voltem para a direção errada, geram em nós o ímpeto de pôr tudo abaixo. De segunda a domingo, somos, em grande medida, controlados por nosso estômago. Está vazio ou cheio? A resposta define quem vence dentro de nós: Monstro ou Misericórdia.

Não me parece estranho, portanto, que nosso Senhor use a comida como metáfora para si mesmo. O mais memorável é o pão. O assunto veio à baila quando Jesus disse a Israel que o Pai oferece pão verdadeiro (Jo 6.32). Ao ouvir as palavras do Mestre, o povo imaginou que ele tivesse acesso a um maná melhor e contemplou um milagre diferente. Milagre de sustento constante. “Senhor, dê-nos desse pão todos os dias”, disseram eles (Jo 6.34). Todos os dias. Pensaram que a oferta de Jesus fosse para preencher o estômago e não a alma. Pão feito de trigo cultivado no solo e colhido por mãos humanas. Era alimento, mas não era o maná melhor. O pão verdadeiro era e é Jesus, que disse: “Eu sou o pão da vida” e “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.35,51). Talvez você esteja se perguntando aonde quero chegar. Qual é a ligação entre minha primeira ideia e esta última? Simples: Assim como nosso corpo precisa da ingestão constante de alimento, nossa alma precisa de Deus. Sempre.

Ao despertar, temos fome do céu e, no entanto, saciamos essa fome com alguns ou muitos momentos diante de uma tela. À medida que o dia avança, tapeamos nosso estômago ainda vazio com uma medida de amor que recebemos de alguém, com uma curtida, uma visualização. Se pudéssemos enxergar nossa alma no fim do dia, veríamos que não passa de pele e osso. Mal consegue permanecer em pé ou sorrir com todos os dentes. O corpo que abriga essa entidade quase morta permanece ativo, pois depende de todos os outros tipos de pão, exceto Daquele que o Pai enviou.

A Mesa do Senhor está posta. Sente-se. Reanime-se com a vida dele. Sacie-se com o amor dele. Raspe o prato e não deixe um farelo sequer. Carecemos do Pão do céu, pois ele é insubstituível.

Fonte: Mundo Cristão

Facebook
Twitter
Pinterest
WhatsApp