Bem-aventurados Os Puros de Coração

O Sermão do Monte: Exposição de Mateus 5–7

A sexta bem-aventurança insiste em que a pureza de coração é o pré-requisito indispensável para a comunhão com Deus, para “ver” a Deus. “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem permanecerá no seu santo lugar? Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não entrega a alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24.3,4; cf. Sl 73.1).

Deus é santo. Por isso, o autor da epístola aos Hebreus insiste: “Esforcem-se […] para serem santos. Sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Não se deve confundir pureza de coração com observância de regras manifestas exteriormente.

Como o coração é que precisa ser puro, essa bem-aventurança nos faz perguntas desconcertantes, tais como: Em que você pensa quando sua mente fica em ponto morto? Quando fica sabendo de um caso em que uma pessoa passou a perna em outra, em que medida isso lhe causa satisfação, independentemente do grau de astúcia e engenhosidade do engodo? Você gosta de humor negro, ainda que seja muito engraçado? A que você se dedica com fidelidade? O que você deseja mais do que qualquer outra coisa? Que coisas e que pessoas você ama? Até que ponto suas ações e palavras são o reflexo preciso do que há em seu coração? Até que ponto suas ações e palavras são uma fachada para esconder o que há em seu coração?

Nosso coração tem de ser puro, limpo e sem mancha. Naquele dia, quando o reino do céu se consumar, quando houver novo céu e nova terra onde habita somente a justiça, quando Jesus Cristo se manifestar, nós seremos como Ele (1Jo 3.2). Essa é a nossa expectativa de longo prazo, nossa esperança.

Com base nisso, João afirma: “Todo aquele que tem esperança nele [isto é, em Cristo] se purifica, assim como ele é puro” (1Jo 3.3). Em outras palavras, segundo João, o cristão se purifica agora porque puro é o que ele há de ser no final. Seu empenho presente condiz com sua esperança futura.

O mesmo tema se repete de várias formas em todo o Novo Testamento. Em certo sentido, é claro, as exigências do reino não mudam: perfeição é requisito permanente (5.48). Mas disso se conclui que o discípulo de Jesus que anseia pela consumação do reino em sua perfeição já está determinado a se preparar para ele agora. Sabendo que já está no reino, ele se preocupa com a pureza porque reconhece que o Rei é puro, e o reino em sua forma perfeita só admitirá pureza. Os puros de coração são abençoados porque verão a Deus.

Embora isso só se concretizará completamente quando surgirem o novo céu e a nova terra, já é verdade mesmo agora. Nossa percepção de Deus e de seu agir, assim como nossa comunhão com ele, depende de nossa pureza de coração. A visio Dei (visão de Deus) — que incentivo à pureza!

Autor: D.A. Carson

Fonte: YouVersion App

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