A última folha do calendário…

Leia: Hebreus 12.1-2

Destaco a última folha do calendário. Lá se vai o ano de 2021. Para trás ficam as experiências vividas, os planos concretizados e também os sonhos desfeitos. Pouco a pouco, viram-se as páginas da vida, e o que tenho em mãos é um belo álbum de fotografias. Por um momento vem à mente a pergunta: “Valeu à pena tudo o que foi vivido até aqui?”. Não sei se minha alma é grande ou pequena, para que ela mesma faça a vida valer. Creio que maior que minha alma é o sopro do Senhor da minha vida.

Preciso aprender, ao estilo Walter Benjamin, o movimento sutil de lembrar e esquecer as coisas do passado, pois essa é a grande arte. Não só lembrar o que é bom, não só esquecer o que é ruim, mas permitir que Deus trate e cure as feridas marcadas na memória. Libertar-se do que foi bom, para que Deus possa abrir caminho em nós para o melhor.

O ano novo convida a olhar para frente, e é isso mesmo que farei agora, crendo que Deus estará comigo em cada dia desse novo ano que vai começar. Com Ele, viverei novos sonhos, novos desafios, novos trabalhos e mesmo novas ilusões. O que importa é que Ele, que começou boa obra em mim, há de continuar do meu lado, o grande parceiro da minha vida.

O grande desafio deste dia talvez não seja o de olhar para trás e fazer balanços nem olhar para o futuro e fazer projetos, mas aprender a olhar para Jesus, em quem se funde misteriosamente o passado, o presente e o futuro. Quanto a mim, desejo começar este novo ano com o Senhor e tentar viver cada dia nessa decisão. Que Ele tome os meus dias, que escreva neles a sua vontade. Que Ele me deixe o seu recado e ensine-me a perceber sua presença perto de mim, dentro de mim e no mundo ao meu redor.

Dietrich Bonhoeffer, que enfrentou como ninguém tempos sombrios e ele que assumia uma postura otimista diante da vida, afirmou certa vez que “otimismo, entretanto, não é essencialmente uma opinião sobre a presente situação, mas representa uma força vital, uma energia de esperança, onde outros resignam, uma resistência de manter erguida a cabeça, quando tudo parece fracassar, uma força que jamais entrega o futuro ao adversário, mas o reclama para si”. É isso, uma santa teimosia, um não entregar-se à tristeza e ao pavor.

E aqui vamos nos despedindo deste ano, com essa última devocional, muito obrigado a todos os que leram, responderam, apoiaram e compartilharam nossos textos e posts. Nosso único desejo foi edificar e abençoar essa igreja tão amada. Espero que tenhamos ajudado de alguma forma. Que todos tenhamos um 2022 em que as bênçãos e as lutas sejam compartilhadas e como disse o apóstolo Paulo: “Não nos cansemos de fazer o bem, em tempo oportuno desfrutaremos a recompensa”.

Texto de Gladir Cabral, adaptado para esse ano por Déborah Munir

(exclusivamente para o www.portaliecp.com.br)

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