Bem-aventurados Os Que Choram

O Sermão do Monte: Exposição de Mateus 5–7

Leia Mateus 5:4

O mundo em que vivemos gosta de rir. Os agentes do prazer vendem alegria e risadas, tudo em troca de lucro. O summum bonum (sumo bem; bem maior) da vida torna-se a diversão, e o objetivo imediato é chegar ao próximo pico de euforia.

O mundo não gosta de pessoas chorosas; elas são desmancha-prazeres. Contudo, o Filho de Deus insiste: “Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados”. Isso não significa que o cristão deva ser sempre triste, como se estivesse em luto constante. Esse choro é o pesar que ele sente por seu próprio pecado. É a tristeza de alguém que começa a reconhecer o negrume de seu pecado quanto mais toma conhecimento da pureza de Deus.

Isso aconteceu com Isaías quando lhe foi concedida uma visão da Divindade, em que até os próprios anjos do céu cobriam o rosto e clamavam em solene adoração: “Santo, santo, santo”. A reação de Isaías foi de total devastação (Is 6.5). Esse é o pranto de um homem que tenta alcançar a pureza por seus próprios esforços e descobre que não consegue atingi-la, por isso lamenta: “Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24).

Contudo, pode haver também um choro estimulado por considerações mais gerais. Às vezes o pecado deste mundo, a falta de integridade, a injustiça, a crueldade, a mesquinhez, o egoísmo, tudo isso se acumula na consciência de uma pessoa sensível e a faz chorar. A maioria de nós prefere simplesmente condenar. Estamos preparados para andar com Jesus através de Mateus 23 e repetir seus pronunciamentos de juízo; mas paramos antes de chegar ao fim do capítulo e não nos juntamos a ele quando chora pela cidade.

Os grandes luminares da história da igreja aprenderam a chorar — homens do calibre de Calvino, Whitefield, Wesley, Shaftesbury e Wilberforce. O cristão deve ser um realista autêntico. Ele chora pelos pecados e blasfêmias de sua nação. Chora pela erosão do conceito de verdade. Chora pela avareza, pelo ceticismo, pela falta de integridade. Chora por haver tão poucos que choram. Mas ele será consolado. E que consolo! Não há consolo ou alegria que se compare com o que Deus dá aos que choram. Eles trocam o pano de saco do lamento por vestes de louvor, as cinzas do luto pelo óleo da alegria.

Autor: D.A.Carson

Fonte: YouVersion App

Facebook
Twitter
Pinterest
WhatsApp