Desista do jogo do “Tudo ou Nada”

Um dos insights que mais mexeu comigo nos últimos tempos veio de uma publicação do meu irmão Allen Porto em que ele fazia alusão a uma argumentação de Francis Schaeffer sobre nossa tendência de: ou exigir perfeição das pessoas ou não querer nada delas.

O que me marcou foi: “nesse jogo do ‘tudo ou nada’, sempre ficaremos com nada”.

De fato, é impossível alcançarmos a perfeição em alguém, ou então exaurirmos uma circunstância. Ou seja, se nos obcecarmos com o “tudo” — por definição — nunca o teremos, e acabaremos sem nada!

A partir desse dia, fiquei observando como nos submetemos a esse jogo, do tudo ou nada — e como sempre ficamos com nada!

Desde às experiências mais banais, como a leitura de uma obra (em que queremos esquadrinhar tudo de seu conteúdo e, frustrados, perdemos o sentido do estudar), até em questões mais substanciais, como nos relacionamentos humanos.

Exigimos que tudo se encaixe em nossas idealizações, ou então, nada nos interessa… Esperamos por condições de vida totalmente favoráveis, ou então não conseguiremos construir nada do que planejamos… Procuramos uma pessoa que nos complete totalmente, ou então não acreditamos poder encontrar a felicidade…

Em todo jogo de soma zero, nós não percebemos como somos incapazes de ficarmos com tudo e acabamos batendo o pé pelo nada. Na linguagem de Eclesiastes, vamos correndo atrás do vento…

Não reconhecemos que somente Deus pode reivindicar tudo para si, sem ter que lidar com a frustração do nada.

Quanto a nós, pelo contrário, aprendemos nas fragmentadas e pontuais experiências de graça e amor de Deus a não sucumbirmos no oceano de “nada” que o pecado nos lançou.

O nada nadifica, já dizia Heidegger. Somente aqueles que estão em comunhão com quem é soberano sobre tudo, podem aprender a lidar com o pouco e com o muito com contentamento.

por Pedro Dulci

Fonte: irmaos.com

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