Ser como criança

“Quem é o mais importante no reino dos céus?” Mateus 18:1

Jesus chama uma criança e a coloca no centro de uma reunião. A expectativa certamente foi aumentando: – O que ele vai fazer? Por que criança? O que ele tem a ver com tudo isso?

Veja o que Ele disse:

“Asseguro-lhes que, a menos que mudem e se tornem como crianças, não entrarão no reino dos céus. Portanto, quem se humilhar como esta criança será o maior no reino dos céus”.

versículos 3 e 4

Mais uma vez Jesus vem colocando as coisas de cabeça para baixo: os últimos serão os primeiros, os que se humilharem serão exaltados, o salvador que chega ao mundo como um bebê e não vem para ser servido, mas para servir, o grão de mostarda que pode mover montanhas…

Parece que neste novo reino as coisas não são como de costume. Por alguma razão, no sermão da montanha ele nos disse algumas vezes:  “- Vocês ouviram o que foi dito, mas eu lhes digo…”

Esse “mas” não é inocente, ele opõe dois conceitos para confrontá-los.

Você já ouviu falar que é desejável ser importante e ter poder, mas eu lhe digo, você tem que ser como uma criança para entrar no reino dos céus. Jesus redefine o poder e nos mostra que o poder está na fraqueza, nos pequenos, nos vulneráveis. Eles têm que alcançar o status de criança, que curiosamente, ou nem tanto, está na contramão do que é socialmente costumeiro. Na verdade, Ele se despojou do poder até se tornar vulnerável, fraco, pequeno.

Jesus confronta dois conceitos: a questão dos discípulos, baseada em valores muito adultos de poder e dominação com a metáfora da criança, que representa o contrário: falta de poder, desapropriação, vulnerabilidade. Ao colocar a criança no meio, você está dizendo: “Este é o modelo que quero que você siga”.

Não se trata de imitar comportamentos infantis ou agir de forma irresponsável ou idealizar a infância, trata-se de um novo paradigma de poder, o poder que está no pequeno.

Nos quatro Evangelhos temos a conhecida história da criança no meio de uma multidão de adultos, que com sua doação de cinco pães e dois peixes contribuiu para que tantas pessoas fossem alimentadas. Diante da necessidade de um grande número de pessoas e com adultos que não tinham ideia de como resolver a situação, esse menino aparece com uma pequena oferta, talvez seu almoço para o dia inteiro, e sem hesitar, ele a oferece. Não pensava se era muito ou pouco, se valia a pena ou não, se iriam ouvi-lo ou ignorá-lo, não calculava riscos.

Esta história como outras na Bíblia nos ensina sobre o mistério que Jesus nos apresenta, devemos ser como eles se quisermos fazer parte do seu reino. Essa criança, sendo pequena, sem poder, quase sem identidade, fez algo enorme porque nunca pensou que o que estava fazendo não tinha valor, pelo contrário, acreditava que sua pouca comida poderia fazer a diferença. Ele foi ousado, corajoso, seguro, não tinha desejo de glória, só se moveu, como as crianças acreditam, com simplicidade, que milagres são possíveis.

Aplicação: Podemos aprender a nos despojar de tanta idade adulta e ser menos calculistas, mais espontâneos como são os meninos e meninas e perceber que neste reino o poder tem a ver com humildade e serviço.

Adriana D’Agata – JPC Uruguay

Facebook
Twitter
Pinterest
WhatsApp